quarta-feira, 16 de maio de 2012

Uma Experiência com Hospitais

Oi, Oi, Gente Querida!

Na semana passada tivemos mais um contato com o sistema de saúde do Québec. O Thiago foi recomendado para uma avaliaçao fisioterápica pela pediatra. Entao, gostaria de contar nossa pequena epopéia com algumas nuances pessoais. Antes de falar de nossa experiência gostaria de falar ou relembrar alguns pontos relacionados à saúde no Québec, abrindo um pequeno parêntesis:

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Iniciando o atendimento médico

Eu nao lembro se já contei isso por aqui, mas todo o atendimento médico por aqui tem geralmente três formas de iniciar. Ou você tem uma situaçao de emergência ou você tem dúvidas ou questoes contornáveis ou você tem um médico de família.

Falando da situaçao de emergência, trata-se de sair correndo para o pronto-socorro do hospital mais próximo ou daquele de confiança com um problema que achamos ser uma emergência. A gente nunca encarou esta situaçao por aqui ainda. Porém, vamos dar algumas dicas com base no que ouvimos. Primeiro, o melhor negócio é contar com a ajuda da ambulância. Ligue 911 e em alguns minutos haverá uma ambulância, um carro de bombeiros, um carro de polícia na porta de sua casa, o que estiver mais próximo. Ou às vezes vêm os três. Se o caso for realmente grave, a ambulância vai te levar para o hospital. A gente ouviu dos médicos da emergência que é melhor chegar com a ambulância do que vir de carro direto pro hospital. Chegando na emergência, você entra na triagem e rapidamente é colocado na fila de espera conforme o que é constatado quanto à gravidade da sua situaçao. No Brasil, estavamos acostumados a levar nossos filhos no pronto-socorro porque eles estavam com febre alta. Sabemos que se fizermos isso por aqui, vamos esperar horas, pois outros casos mais urgentes serao atendidos com prioridade, entao, ficamos em casa. Mas, depois que você entra para dentro do hospital para receber atendimento, realmente o tratamento parece ser de boa qualidade. Vamos ter que esperar para ver (esperamos realmente que nao seja necessário, independente de país);

Se você nao sabe o que fazer, e tem dúvidas ou questoes contornáveis, você pode ligar para o InfoSanté 811. A gente já ligou várias vezes e somos atendidos por enfermeiras que realmente entendem do assunto. Elas fazem perguntas, dao o diagnóstico e recomendam o tratamento. Em se tratando do bebê, normalmente, tudo o que elas falam já estava escrito no livrao que a gente recebe quando sai do hospital, mas é que a gente nao tem o costume de ler... no Brasil, a gente sai correndo pro hospital antes de pesquisar. Aqui, a gente acostuma rapidinho a fazer diferente. Livros, colegas, internet e InfoSanté antes de decidir o que fazer, nestes casos. A gente gostou bastante do serviço e os tratamentos recomendados funcionaram para o Thiago. Por exemplo, na última vez que ligamos e passamos o quadro do Thiago, foi diagnosticado que ele estava com inflamaçao no ouvido e recomendaram fortemente que fossemos ver o médico de família, e eles estavam certos;

Os outros casos todos sao tratados no médico de família (clínico geral). Aqui é muito difícil de conseguir um médico de família. Eu e a Cris tivemos uma experiência com um senhor de uma clínica aqui perto e nao gostamos muito). As crianças estao sendo tratadas no Club Tiny Tots, uma clínica que tem oferecido um serviço razoável solicitando uma contribuiçao de $10 por consulta. Está sempre lotada, mas tenho notado que, aos trancos e barrancos, o serviço está melhorando.

A grande diferença é que fora o médico de família, nós nao podemos ir por conta própria a nenhum outro especialista. Quem decide tudo é o médico de família. Entao, eu queria ir num ortopedista para ver minhas dores nas costas, por exemplo... fui marcar a consulta e me pediram a "referência". A referência é uma recomendaçao do médico de família dizendo que você realmente precisa de um ortopedista. Assim, primeiro tenho que ir no médico de família (que nao temos ainda...) e convencê-lo de que preciso de um ortopedista para ganhar a carta de referência.

Pra quem está acostumado com o Brasil, onde tem uma porta para o SUS e outra para os Convênios/Particulares, é um impacto grande... aqui, todo mundo é igual e mesmo com plano de saúde ninguém passa na frente de ninguém. O plano apenas paga luxos adicionais e especialidades médicas nao cobertas pelo plano de saúde do governo. E assim, fechamos nosso parêntesis...
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Numa das consultas no Tiny Tots, a pediatra do Thiago recomendou que ele fosse avaliado por um fisioterapeuta, pois ela achou os músculos das costas dele meio fraquinhos para a idade. Nada grave, apenas uma precauçao. Entao, ela preencheu a carta de referência. Nós enviamos esta carta por fax para o Montréal Children's Hospital, da McGill University, e neste caso, podemos nos orgulhar pois a McGill é uma das melhores do mundo e pudemos constatar isso na consulta. Mas nao só isso. Ficamos felizes pois achamos que iriamos demorar meses para ter um rendez-vous e conseguimos em 2 semanas uma consulta. Chegamos lá, fomos atendidos na hora e ficamos quase uma hora com o Thiago fazendo várias avaliaçoes e movimentos, com vários brinquedos, e com duas fisioterapeutas junto com ele: uma estudante e uma médica. Saímos com exercícios para ele começar a andar, e uma outra consulta de avaliaçao em 1 mês. Foi bem legal! Assim, ponto para o sistema de saúde, que até agora, nao está nos desapontando, apesar do que temos ouvido.

Ah! Na clínica de fisioterapia achei meu irmao gêmeo (vejam a arcada dentária como é igual!)

E vamos seguindo com passos firmes de quem sabe onde quer chegar.

Abraçao e a Paz
Igor Schultz